São Paulo receberá novo torneio da elite do tênis feminino em setembro

Após hiato de nove anos, o Brasil está de volta ao calendário oficial da elite do tênis feminino. Nesta quarta-feira (30), a cidade de São Paulo foi confirmada como sede da competição WTA 250, entre os dias 6 e 14 de setembro. O torneio SP Open será disputado em quadra rápida, no Parque Villa-Lobos, na zona oeste da capital. Desde 2020 a metrópole paulista não sediava um evento da Associação de Tênis Feminino (WTA, na sigla em inglês).

A chave principal do SP Open reunirá 32 tenistas, o qualifying 24 participantes e a disputa de duplas contará com 16 parcerias. O qualifying do torneio ocorrerá nos dias 6 e 7 de setembro, e competição da chave de simples seguirá de 8 a 14 de setembro.

“Além de lazer de qualidade, o SP Open vai proporcionar outros benefícios diretos e indiretos para toda população. A presença de grandes atletas, com certeza, vai estimular a prática do tênis, contribuindo para o surgimento de novos campeões”, afirmou Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, após a confirmação do torneio pela empresa IMM, a mesma que organiza o ATP 500 Rio Open.

Desde 2016 o Brasil não recebia um torneio do circuito profissional de tênis feminino. Os últimos foram o WTA Florianópolis e o Rio Open – este segue ocorrendo anualmente, apenas com disputa masculina.

Plataformas devem remover propagandas de cigarros eletrônicos

As plataformas digitais YouTube, Instagram, TikTok, Enjoei e Mercado Livre foram notificadas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para que removam em até 48 horas os conteúdos que promovam ou comercializem cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, e outros produtos derivados de tabaco.

Os sites de comércio eletrônico foram notificados nesta terça-feira (29) e o prazo para banir os anúncios se encerra nesta quinta-feira (1º). As empresas devem, também, reforçar os mecanismos de controle para evitar novas publicações desse tipo.

No Brasil, a proibição da venda destes produtos foi mantida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril de 2025.

As resoluções RDC nº 46/2009 e RDC nº 855/2024 da agência reguladora vetam a fabricação, a importação, a propaganda e a venda de cigarros eletrônicos em todo o território nacional.

Em nota, o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, afirmou que os perigos da comercialização de cigarros eletrônicos no Brasil. 

“É ilegal e representa sérios riscos à saúde pública, pois carecem de regulação ou de autorização para serem comercializados”, destacou.

Publicações

Um levantamento validado pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), vinculado à Senacon, identificou 1.822 páginas ou anúncios ilegais relacionados a cigarros eletrônicos nas plataformas notificadas. As contas dos vendedores e de influenciadores irregulares, juntas, somam quase 1,5 milhão de inscritos, que são alcançados com essas propagandas.

De acordo com o levantamento:

  • Instagram tem 1.637 anúncios (88,5%),
  • YouTube, 123 anúncios (6,6%);
  • Mercado Livre, 44 anúncios (2,4%);

O TikTok e o Enjoei também foram notificados pela Senacon, mesmo com menor volume de ocorrências.

Em nota, o secretário-executivo do colegiado, Andrey Correa, disse que há a necessidade de constante alinhamento das plataformas digitais na luta contra o comércio ilegal. 

“A cooperação entre setor público e empresas de tecnologia é fundamental para impedir a circulação de produtos ilegais. Nosso objetivo é garantir que o ambiente digital respeite a legislação e promova a segurança dos consumidores”.

Outras ações

Não é a primeira vez que o governo determina a suspensão das vendas de produtos deste tipo proibidos no país.

No início de abril, a Senacon notificou a plataforma Nuvemshop para remover lojas virtuais que comercializavam ilegalmente pacotes de nicotina (snus), outro produto derivado do tabaco com venda proibida no país.

Dívida Pública sobe 0,22% em março e supera R$ 7,5 trilhões

Pela primeira vez na história, a Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou a marca de R$ 7,5 trilhões, impulsionada pelos juros. Segundo números divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 7,492 trilhões em fevereiro para R$ 7,508 trilhões no mês passado, alta de 0,22%.

Em junho do ano passado, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 7 trilhões. Mesmo com a alta em março, a DPF continua abaixo do previsto. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no início de fevereiro, o estoque da DPF deve encerrar 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 0,29%, passando de R$ 7,178 trilhões em fevereiro para R$ 7,199 trilhões em março. No mês passado, o Tesouro resgatou R$ 52,99 bilhões em títulos a mais do que emitiu, principalmente em papéis atrelados à Taxa Selic (juros básicos da economia). No entanto, a redução do estoque de títulos foi compensada pela apropriação de R$ 74,09 bilhões em juros.

Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 14,25% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 133,112 bilhões em títulos da DPMFi. Com o alto volume de vencimentos em março de títulos corrigidos pela Selic, os resgates somaram R$ 186,102 bilhões.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 1,53%, passando de R$ 314,34 bilhões em fevereiro para R$ 309,54 bilhões em março. O principal fator foi a queda de 1,53% do dólar no mês passado.

Colchão

Após uma recuperação em fevereiro, o colchão da dívida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) caiu levemente. Essa reserva passou de R$ 889 bilhões em fevereiro para R$ 869 bilhões no mês passado. O principal motivo, segundo o Tesouro Nacional, foi o forte resgate líquido (resgate menos emissões) no mês passado.

Atualmente, o colchão cobre 6,72 meses de vencimentos da dívida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,404 trilhão em títulos federais.

Composição

Com o forte vencimento de títulos corrigidos pelos juros básicos, a composição da DPF mudou. A proporção dos papéis atrelados à Selic caiu de 47,77% em fevereiro para 46,38% em março. O PAF prevê que o indicador feche 2025 entre 48% e 52%. Esse papel está atraindo o interesse dos compradores por causa das recentes altas da Taxa Selic.

A fatia dos papéis prefixados (com rendimento definido no momento da emissão) subiu de 20,54% em fevereiro para 21,51%% em março. O PAF prevê que o indicador feche 2025 entre 19% e 23%.

Normalmente, os papéis prefixados indicam mais previsibilidade para a dívida pública, porque as taxas são definidas com antecedência. No entanto, em momentos de instabilidade no mercado financeiro, as emissões caem porque os investidores pedem juros muito altos, que comprometeriam a administração da dívida do governo.

A fatia de títulos corrigidos pela inflação na DPF subiu, passando de 27,51% para 28,01%. O PAF prevê que os títulos vinculados à inflação encerrarão o ano entre 24% e 28%.

Composto por antigos títulos da dívida interna corrigidos em dólar e pela dívida externa, o peso do câmbio na dívida pública passou de 4,18% para 4,11%. A dívida pública vinculada ao câmbio está dentro dos limites estabelecidos pelo PAF para o fim de 2025, entre 3% e 7%.

Prazo

O prazo médio da DPF subiu de 4,08 para 4,12 anos. O Tesouro só fornece a estimativa em anos, não em meses. Esse é o intervalo médio em que o governo leva para renovar (refinanciar) a dívida pública. Prazos maiores indicam mais confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar os compromissos.

Detentores

As instituições financeiras seguem como principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 30,5% de participação no estoque. Os fundos de pensão, com 24,1%, e os fundos de investimento, com 21,5%, aparecem em seguida na lista de detentores da dívida.

Com o aumento da instabilidade no mercado externo, a participação dos não residentes (estrangeiros) caiu de 9,7% em fevereiro para 9,6% em março. Em novembro, o percentual estava em 11,2% e tinha atingido o maior nível desde fevereiro de 2018, quando a fatia dos estrangeiros na dívida pública estava em 11,2%. Os demais grupos somam 14,3% de participação.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca, compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção, que pode seguir a taxa Selic (juros básicos da economia), a inflação, o dólar ou ser prefixada (definida com antecedência).

Canal de acesso ao Porto de Paranaguá deve ser leiloado em agosto

O canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR) e o terminal de contêineres do Porto de Santos devem ser leiloados ainda neste ano, declarou nesta quarta-feira (30) o ministro de Portos e Aeroportos Silvio Costa Filho (foto em destaque).

Segundo o ministro, a expectativa é que o leilão do canal de acesso do Porto de Paranaguá possa ser realizado ainda em agosto. “Depois desse leilão, a gente espera avançar no canal do Porto de Itajaí (SC), no Porto de Santos (SP) e, posteriormente, no Porto da Bahia e no Porto de Rio Grande (RS)”, disse ele, em São Paulo, após leilão de terminais portuários na B3.

O ministro também disse esperar que o leilão do terminal de contêineres do Porto de Santos, o Tecon Santos 10, seja feito ainda em 2025, entre os meses de novembro e dezembro. Este terminal, informou o ministério, está desenhado para ser o maior do Porto de Santos. 

“Vamos continuar acelerando o passo e fazendo, ainda em 2025, o equivalente a quase 20 leilões”, disse o ministro. “A gente espera investimentos da ordem de mais de R$ 5 bilhões para o Brasil”, completou.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) está analisando o processo desse Tecon Santos 10 e, depois, o projeto deverá ser encaminhado para análise do Tribunal de Contas da União. “Naturalmente, vamos ouvir a Antaq e o Tribunal de Contas. Mas, primeiro a gente está ampliando o diálogo com todos os investidores nacionais e internacionais”, disse o ministro.

Na manhã de hoje, o ministro participou de um leilão na B3 que concedeu três terminais do Porto de Paranaguá e um terminal do Porto do Rio de Janeiro.

Segundo dados da B3 e do governador do Paraná, Ratinho Júnior, este foi um dos maiores leilões da B3, com participação recorde nos três terminais do Porto de Paranaguá. Um deles foi concedido após ser disputado por seis concorrentes. Já as outras duas áreas de Paranaguá contaram com a participação de cinco concorrentes cada uma.

Transportes

Além do leilão de portos, o governo federal fez hoje, na B3, um leilão rodoviário, com a concessão das rodovias BR-040/MG/RJ e BR-495/RJ, que ligam Juiz de Fora (MG) e o Rio de Janeiro (RJ).

“O governo do presidente Lula garantiu hoje a maior carteira de concessões rodoviárias do mundo inteiro. Com o leilão de hoje nós já contratamos R$ 131 bilhões em investimentos em 11 leilões”, disse o ministro dos Transportes, Renan Filho, ao participar do evento.


São Paulo (SP), 30/04/2025 - O ministro dos Transportes, Renan Filho, participa do Leilão na B3 da Rodovia BR-040/495/RJ/MG. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo (SP), 30/04/2025 - O ministro dos Transportes, Renan Filho, participa do Leilão na B3 da Rodovia BR-040/495/RJ/MG. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Ministro dos Transportes, Renan Filho, participa do Leilão na B3 da Rodovia BR-040/495/RJ/MG. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil – Paulo Pinto/Agência Brasil

O vencedor desse certame rodoviário foi o Consórcio Nova Estrada Real. “O leilão foi um grande sucesso. Ganhou um consórcio formado por duas empresas espanholas e uma empresa brasileira. Isso significa que o Brasil está voltando também a atrair investimento internacional”, disse Renan Filho.

Até o final deste ano, o Ministério dos Transportes espera completar 15 leilões. Dois deles já foram feitos e outros quatro estão agendados, com o próximo deles ocorrendo no dia 8 de maio. “Este vai ser o ano com mais leilões da história do Brasil”, reforçou o ministro.

Operação contra fraude com criptomoedas apreende bens de luxo no RJ

A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (30) a Operação Fantasos, com a finalidade de combater a prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas. O principal investigado foi apontado como articulador de um esquema de fraude internacional, por meio de uma empresa que arrecadou mais de US$ 295 milhões, entre dezembro de 2016 e maio de 2018, lesando milhares de investidores ao redor do mundo.

Na ação de hoje, cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e Angra dos Reis, na Costa Verde. Além das ordens judiciais, a Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores até o valor de R$ 1,6 bilhão.

A ação visa a coleta de provas para reforçar a investigação, a identificação de outros envolvidos no esquema criminoso e a recuperação de bens e ativos adquiridos com os crimes. De acordo com balanço parcial da Polícia Federal, na ação foram apreendidos:

  • embarcações;
  • ⁠veículos de luxo;
  • ⁠relógios;
  • ⁠joias;
  • ⁠dinheiro, em espécie;
  • ⁠criptomoedas;
  • ⁠computadores;
  • ⁠celulares;
  • ⁠documentos diversos.

As investigações contaram com o apoio das agências de investigações dos Estados Unidos: Federal Bureau of Investigation (FBI), Homeland Security Investigations (HSI) ) e Internal Revenue Service Criminal Investigation IRS-CI)).

Centro vai tratar abuso de álcool e drogas de indígenas em Tabatinga

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) inaugurou nesta quarta-feira (30) o primeiro Centro de Acesso a Direitos e Inclusão Social (Cais) Indígena, em Tabatinga (AM), município localizado em área de tríplice fronteira (Brasil, Colômbia e Peru). O centro faz parte da Estratégia Nacional Povos Indígenas na Política sobre Drogas.

O Cais Indígena tem o objetivo de promover o acesso a direitos e o bem viver aos povos indígenas em situação de vulnerabilidade, com necessidades associadas ao uso problemático de álcool e outras drogas.

Durante a abertura do evento, no auditório da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), na cidade fronteiriça, a coordenadora da Estratégia Nacional Povos Indígenas na Política sobre Drogas, Lara Montenegro, explicou que o governo federal assumiu o compromisso de construir políticas públicas específicas e culturalmente respeitosas, baseadas na escuta ativa das comunidades indígenas.

“Nosso compromisso é claro: fortalecer territórios sustentáveis e seguros, ampliar o acesso a direitos, promover alternativas econômicas justas e construir políticas públicas ancoradas na diversidade e no respeito.”

Atuação

No próprio território, uma equipe multidisciplinar do Cais Indígena fará o acolhimento e dará a orientação a pessoas indígenas. Os profissionais são membros do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Assistência Social (Suas), do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), além de representantes de órgãos responsáveis pelas políticas indigenistas.

Ao todo, são dez pessoas com presença constante no centro, que poderão dialogar com as comunidades indígenas tanto na sala de atendimento quanto nas comunidades e aldeias. São dois antropólogos, dois assistentes sociais, uma psicóloga, dois intérpretes, um educador jurídico, um assistente administrativo e um coordenador.

O público poderá receber atendimento de prevenção ao uso prejudicial de substâncias e, conforme cada caso, outras ações serão voltadas à redução de danos decorrentes do uso prejudicial de substâncias. Paralelamente, uma equipe de atendimento psicossocial já iniciou os acompanhamentos de forma itinerante para aumentar o alcance do serviço e escuta do público beneficiado. 

Os profissionais do Cais também têm a missão de facilitar o acesso ao sistema de justiça para quem está em conflito com a Lei de Drogas, e apoiará estratégias de desenvolvimento alternativo sustentável.

“Essa estratégia [Nacional Povos Indígenas na Política sobre Drogas] foi pensada para responder a uma realidade urgente: os impactos do narcotráfico e dos crimes socioambientais sobre os territórios e as vidas dos povos indígenas, especialmente nas áreas de fronteira e na Amazônia”, declarou Lara Montenegro.

Tabatinga

O município de Tabatinga foi selecionado pelo Ministério da Justiça como território prioritário para a implantação do primeiro Cais Indígena do país, após análise do contexto de vulnerabilidade ampliada dos povos da região, por causa da presença do crime organizado, que usa a cidade como rota para o narcotráfico na fronteira amazônica.

O governo federal planeja a implantação de outro Cais Povos Indígenas na região Centro-oeste ainda neste ano. O nome do município será divulgado pelo Ministério da Justiça em maio, após consulta junto ao povo kaiowá, do Mato Grosso do Sul.

De acordo com a pasta, estudos do Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário (Cdesc) sobre narcotráfico ajudam com esclarecimentos para que o MJSP escolha os municípios/localidades onde serão instalados os Cais Indígenas, com base em informações sobre rotas usadas por essas organizações criminosas no Brasil.

Baseado no relatório World Drug Report 2023 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o Cdesc afirma que o Brasil é um dos principais países de trânsito e consumo de drogas na América do Sul e alguns desses caminhos e fluxos estão na Amazônia Legal.